Betrayer - Um jogo indie de aventura com vasto mapa Selvagem
Por: Fabrício Calixto - Coisa de Gamer
Já pensou em um jogo que misture o vasto mapa selvagem de Far Cry 3 com a atmosfera monocromática de Sin City? Betrayer é a resposta mais próxima possível para esta pergunta. Game indie produzido pela Blackpowder Games, estúdio composto por antigos membros da Monolith, de F.E.A.R, Betrayer é um FPS que mescla ação e terror juntamente à elementos de RPG.
A trama se inicia no século XVII, exatamente em 1604, em meio à um náufrago na costa da Virginia. O lugar é permeado por suspense e mistérios que deverão ser solucionados pelo jogador através de investigação e coleta de informações, que podem ser obtidas das mais variadas formas possíveis, como em cartas espalhadas pelo mapa e diálogo com outros personagens. Como o game não aponta claramente o que devemos fazer e para onde ir, restará apenas vagar por toda a região costeira e tentar descobrir tudo na raça.
Uma das características mais visíveis do jogo é a imensidão do mapa. Há incontáveis lugares para se explorar livremente. Temos a possibilidade de procurar por tesouros, itens, documentos e pontos estratégicos. Estes que, assim como em Far Cry 3, podem ser dominados através de confrontos tornando-se propriedades para checkpoints e reabastecimento de itens. Ainda existe um segundo plano no game, mais obscuro e aterrador, que surge ao badalar de um sino. Algo que lembra muito Metroid Prime 2. Apesar da grandiosidade, o desbravamento do mapa pode se tornar enjoativo muito rápido por causa da repetitividade e pouca variedade de sidequests.
Os inimigos, diferentemente dos amigos (que praticamente inexistem no game), são vários. Eles diferem de soldados espanhóis zumbis e índios flamejantes até esqueletos assombrosos e civis petrificados. A inteligência artificial deles é pobre, e se limitam apenas em lhe caçar incessantemente ignorando qualquer tipo de estratégia de combate. Apesar da pouca sapiência, ainda sim é muito difícil confrontá-los diretamente devido ao alto nível de dano que seus ataques causam. Por muitas vezes, a melhor forma de neutralizá-los ficará por conta da furtividade.
Para se defender, o protagonista dispões de um arsenal bem modesto. Podemos utilizar garruchas, rifles, arco-e-flecha e um poderoso machado Tomahawk. Além do armamento, podemos também customizar o personagem com melhorias de encanto encontradas de diversas formas. Existe também lojas para repor itens e comprar upgrades. Quando o personagem morre, ele dropa quase tudo que foi coletado, mas que, por sorte, não somem à primeira instância e podem ser apanhados novamente, igual em Dark Souls 2.
Os gráficos do game são medianos, embora ganhem destaque pelo visual preto-e-branco somados à elementos importantes pincelados em vermelho. Quem não for adepto do estilo, pode adicionar cores e jogar normalmente. Música praticamente inexiste em Betrayer, mas é justificável pelo clima tenso proporcionado pelo som ambiente e pelos inimigos. É assustador, e merece ser escutado com de fones de ouvido e luz apagada.
A ideia da mais nova obra da Blackpowder Games é ótima e promissora, mas precisa melhorar muito ainda e tornar-se mais refinada e atrativa. Os desenvolvedores independentes vêm fazendo formidáveis contribuições para o gênero de terror nestes últimos tempos, vide Amnesia e Outlast, e Betrayer se encaixa perfeitamente neste quadro já pouco dominado pelas grandes empresas de games.
o sem nome 07 Abr, 2014 18:19 0
Marton_TR 07 Abr, 2014 15:31 2