Beleza e muitos desafios te esperam no cativante Ori and the Blind Forest
Desde que foi anunciado, Ori and the Blind Forest chamou a atenção de todo mundo especialmente por seu visual. Mas será que ele consegue ser mais do que um "rostinho bonito"? Descubra com a gente!Uma história cheia de significado
A trama de Ori and the Blind Forest é simples, mas carregada de significado. Ori é um espírito da floresta que, após se perder de sua "família" (que na prática é a Árvore dos Espíritos), acaba sendo adotada por Naru, uma simpática criatura — que lembra um pouco um urso — que passa a tomar conta dele.
Ori e Naru.
Ori e Naru viviam tranquilos, até que a Floresta começa a morrer, e a comida torna-se rara. Para piorar, temos Koru, uma enorme coruja do mal que caça nosso protagonista e parece disposta a ver a floresta arder. Então, acompanhado de uma centelha da Árvore dos Espíritos, Ori parte em uma aventura cheia de perigos na esperança de salvar a Floresta.
A história é apresentada de maneira sutil, mas trata de temas bem profundos, como vingança, redenção e companheirismo. Ali pela segunda metade do jogo rola uma reviravolta interessante que faz o jogador reavaliar as ações de alguns personagens. Por mais simples e linear que seja, a trama consegue cativar o jogador, nem que seja simplesmente pelo carisma dos personagens envolvidos.
Um MetroidVania de raiz
Confesso que fui enganado pelos trailers de Ori and the Blind Forest. Talvez por um pré-conceito (errôneo), eu estava achando que esse seria um jogo curto e fácil, mais preocupado em contar uma história e/ou passar uma mensagem do que em ser instigante e desafiador. Acho que o que eu esperava algo tipo Never Alone ou Valiant Hearts (ambos ótimos jogos, mas simples em suas mecânicas).
Cara, como eu estava enganado! Ori and the Blind Forest é um legítimo MetroidVania, com um nível de dificuldade altíssimo, uma campanha relativamente longa (pode durar entre 10 e 12 horas) e trechos extremamente desafiadores, que irão testar sua perícia nos controles e te fazer arrancar os cabelos!
Este é o mapa geral do jogo…
E este é o mapa aproximado de UMA das áreas do jogo.
O mapa do game é gigante (confira as fotos acima), e todas as áreas são interligadas, de modo que não temos "fases", mas um todo contínuo — cheio de túneis, cavernas e passagens secretas — que pode ser explorado livremente. Quer dizer, mais ou menos livremente, pois, como em um bom MetroidVania, existem diversos lugares que você só pode acessar depois de adquirir uma habilidade específica.
Saltando, planando e morrendo
Em se tratando de gameplay, Ori and the Blind Forest começa bem básico, mas vai ganhando profundidade conforme você vai destravando estas novas habilidades: pulo duplo, escalar paredes, planar (usando uma enorme pena) e uma variação do bom e velho dash aéreo são algumas das habilidades que você vai adquirindo no decorrer da campanha.
Ori pode usar uma pena de Kuro para planar.
Sendo sincero, o dash aqui não é bem um dash. Você precisa "ricochetear" em alguma coisa (um projétil, um inimigo ou algum elemento específico do cenário) para poder dar aquela "deslizada" pelo ar. Você pode definir a direção desse dash, e em muitos casos terá que emendar um no outro — precisando acompanhar o timing dos tiros inimigos para ter onde "ricochetear" — para evitar abismos, espinhos e outros perigos.
Claro que não paramos por aí: conforme você avança, precisa misturar estes pseudo-dashes com planadas, pulos duplos, pulos triplos (?!), pulos carregados, escaladas, entre outros. As maneiras como você precisa usar tudo isso — e muito mais — para superar os obstáculos e sobreviver é notável. Mesmo sendo "apenas" um jogo de plataforma, Ori and the Blind Forest está sempre se reinventando e agregando novas mecânicas que se complementam muito organicamente e tornam o gameplay extremamente fluido.
Este é o tipo de desafio "simpático" que te espera… e é daí pra pior.
Além dos upgrades que você vai destravando naturalmente enquanto joga, você ainda pode habilitar diversos outros na relativamente grande árvore de evolução do game. Boa parte deles são habilidades passivas (que aumentam a sua força ou lhe permitem enxergar através de paredes, por exemplo), mas também temos outras que lhe concedem novos movimentos e/ou melhorias de movimentos antigos.
Mesmo sendo um exímio jogador, você invariavelmente vai morrer — e muito — em Ori and the Blind Forest. Um elemento que facilita um pouco as coisas é o fato de você poder criar Elos da Alma — que são basicamente save points — praticamente em qualquer lugar. Porém, criar um Elo da Alma consome um pouco da sua energia, de modo que não é recomendável abusar disso, especialmente no início do game, onde seu medidor de energia ainda é bem limitado.
Ao final das minhas mais de 11 horas de jogo, eu havia acumulado mais de 500 mortes. Uma pequena parte delas foi por besteira/falta de atenção, mas na maioria dos casos, foi porque o jogo é realmente difícil. Confira abaixo um trecho de gameplay de uma parte excepcionalmente complicada, onde devemos fugir alucinadamente de uma enchente que, caso nos alcance, é morte certa. Não esqueça de aumentar a resolução do vídeo!
Para piorar, você nunca pode criar um save "no meio" destes trechos mais frenéticos, de modo que morreu, tem que voltar lá do início, ou seja, tem que passar tudo de uma tacada só, como no vídeo. Em muitos casos você acaba "decorando" o caminho, mas certamente vai morrer algumas vezes no processo.
Um jogo feito no capricho
Acho que exaltar a beleza gráfica deste jogo é desnecessário, pois isso bem óbvio em cada frame e em cada screenshot. O visual parece uma mistura do estilo de Rayman Legends com as cores de Trine 2 e aquele tom meio aquarelado de Dragon’s Crown. Misture tudo isso com um departamento de arte e level design pra lá de caprichoso e o que temos é sem dúvida um dos jogos mais bonitos já feitos.
Bonito e exemplarmente programado, aliás: mesmo sendo rápido e frenético na maior parte do tempo, Ori and the Blind Forest roda liso em 1080p a 60fps e o único load time rola no início, depois o jogo flui sem loadings. Em tempos onde jogos AAA sofrem downgrades e não correspondem às expectativas, ver um indie bonito como esse rodando desse jeito é pra glorificar de pé!
A coruja gigante Koru pode ser "do mal", mas é belíssima. *-*
Para completar este primor visual, temos uma trilha sonora inspirada — e inspiradora — com temas orquestrados que vão do melancólico ao empolgante para acompanhar as emoções do jogador. O jogo tem pouquíssimas falas — todas elas em um idioma próprio — mas, felizmente, chegou ao Brasil com menus e legendas totalmente em português.
Conclusão
Ori and the Blind Forest é desde já uma das melhores surpresas do ano. Ainda que não "reinvente a roda" do gênero plataforma, ele faz tudo o que se propõe a fazer tão bem, com tanto capricho e cuidado, que é simplesmente impossível não gostar dele.
Misturando um visual surrealmente incrível com uma jogabilidade muito bem calibrada e um nível de desafio excelente que te obriga a ser "melhor", Ori and the Blind Forest é muito mais do que parece à primeira vista, e merece ser jogado por quem curte jogos de plataforma, por quem curte o gênero MetroidVania e, claro, por quem curte belos jogos.
Ori and the Blind Forest foi lançado no dia 11 de março para PC e Xbox One. Posteriormente, ele deve chegar também ao Xbox 360.
brunofenix 16 Out, 2015 07:55 0
blayderjp 23 Mar, 2015 00:37 1
chucky515 22 Mar, 2015 23:53 4
garoto revoltado
everton666 matador 22 Mar, 2015 23:40 3
RedCaver 22 Mar, 2015 22:39 1
Com essas estatísticas, dá pra ver que nem me viciei no game. É simplesmente sensacional, desde a Trilha sonora, que alias, é divina, até a história do game, a arte então, sem comparações. 36dilmas mais bem gastas dos ultimos tempo.
Marlon018 22 Mar, 2015 21:45 2
0BL0OD0 22 Mar, 2015 21:01 0
Valdis Story: Abyssal City. Esse sim é um dos melhores indies desse gênero (Metroidvania) que já joguei.
rafaelmessias 22 Mar, 2015 20:56 0
Xerife 22 Mar, 2015 20:50 1
spaizer 22 Mar, 2015 20:44 2
Alguém conhece outros jogos desse estilo ae? Tipo Dust a Alysian Tail e Trine?