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[PREVIEW] Um test-drive bruto a bordo do novo Grid

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É impressionante como o estúdio Codemasters entende de velocidade. Com séries como TOCA, Dirt e F1 no currículo, fica difícil negar que eles sabem muito bem o que estão fazendo. Grid 2, a nova empreitada de mais outra franquia de sucesso do estúdio, talvez seja um dos melhores exemplos dessa habilidade em dar vida a asfaltos e carros virtuais.

No escritório da EA em São Paulo, testei uma versão alfa do novo Grid, rodando no PC. É uma versão preliminar com três opções de pistas, carros e modos de corrida. Com certeza, isso ainda é muito diferente do que será o produto final, com lançamento previsto para 28 de maio nos EUA e junho no Brasil. De qualquer forma, deu para entender algumas mecânicas da nova versão.



O que vimos



Correndo no mundo real

Tudo bem que todo o gênero de corrida é conhecido por sempre expandir os limites gráficos do games, mas dá pra notar que a Codemasters soube afinar bem a nova engine EGO 3.0 para tirar o máximo possível de Grid 2. No passado, a engine já foi usada para desenvolver as séries Dirt e F1, e Grid 2 é o primeiro teste da nova versão da engine.

O grande aliado dos gráficos é o cenário vivo que rodeia as pistas e faz o mundo do jogo parecer muito real. Você não está, simplesmente, em uma pista, mas inserido em um lugar com pessoas torcendo, safety cars com sirenes ligadas e aviões sobrevoando à distância. É tudo muito vivo.

Quando você soma os gráficos com o dinamismo do cenário, percebe o refinamento visual de Grid 2. O objetivo dele é fazer com que o jogador se sinta dentro de um carro real em um percurso real. A Codemasters acerta em fazer isso de um jeito bonito e dinâmico.



O sistema ‘TrueFeel’

Um dos chamativos do novo Grid 2 é o sistema "TrueFeel", um esquema de controle que pretende agradar tanto a fãs dos joguinhos de corrida quanto também os casuais, que só querem sentir como é estar atrás do volante por uns minutos.

Começamos o teste do jogo usando um volante com pedais. Mas como o repórter que vos fala não é exatamente a pessoa mais habilidosa atrás do volante, eventualmente passamos o controle do jogo para um teclado. O bom disso é que pude ver como Grid 2 responde diferentemente com controles diferentes.

O carro respondia muito bem ao volante, o que foi um problema no começo para mim, mas acredito que seja ideal para os jogadores mais avançados. No teclado, o controle do carro parecia ter se adaptado à falta de sensibilidade dos botões, então o manejo foi bem honesto para aquelas condições.

O bacana também foi perceber que os carros respondem de maneiras diferentes. No teste, só três carros: um Fórmula 1, um BMW M3 clássico preparado pra corrida e um Camaro SS novo estilizado. O F1 tinha um motor poderoso, e você tinha que saber controlar a vontade de pisar a fundo no pedal para não se perder com o carro. O que era muito diferente do M3, um carro equilibrado e que conseguia se segurar bem nas curvas, mesmo em alta velocidade. O mais impressionante, porém, foi sentir o torque do Camaro, que acelerava de um jeito mais agressivo que os outros dois carros.



Simulação + arcade

O segredo do bolo de Grid 2 consiste em saber equilibrar as mecânicas de um simulador de corrida com um jogo de espírito arcade. É o mesmo equilíbrio que garantiu o sucesso do primeiro Grid.

É possível ver isso nos carros, por exemplo, que respondem como se fossem veículos reais, mas batem e amassam como carros de um jogo como Burnout. Isso também se repete na coleção de pistas, que na versão final mistura tanto circuitos inventados nas ruas de Paris, Chicago e Barcelona, quanto circuitos reais, como o Red Bull Ring (que eu joguei no teste) e a indispensável Indianápolis.

A inteligência artificial dos seus adversários também funciona de um jeito interessante. Alguns dos outros corredores que estão competindo com você têm um comportamento realmente agressivo (levei várias fechadas com direito a rodopio por conta de um infeliz que estava na minha frente e não deixava eu ultrapassar de jeito nenhum), enquanto outros, normalmente os que estão mais a frente, estão mais preocupados em fazer um bom tempo e correr o mais rápido até a linha de chegada.

Me parece que esse equilíbrio foi a forma que a Codemasters encontrou de fazer um jogo de corrida que fosse acessível ao maior público possível.



O que ainda não vimos

Dois outros chamativos de Grid 2 infelizmente não estavam disponíveis no rápido teste. Como era uma versão preliminar do jogo – não tinha menus ou tela de início, somente três carros e pistas –, é até compreensível que certas partes não estejam prontas para demonstração.

O primeiro: dublagem em português. Grid 2 será inteiramente traduzido para o nosso português, incluindo a voz do narrador da campanha principal. Imagino que tenha muito pouco em um game de corrida que possa ser dublado, mas seria interessante, como sempre, ver se a dublagem tem algum tipo de personalidade ou só não passa de uma tradução mecânica, sem vida.

O segundo: "Mapas Dinâmicos", um conceito com o qual fiquei curioso em experimentar. Em alguns pistas baseadas em cidades reais, é possível escolher qualquer caminho que você quiser para a linha de chegada. Em outras palavras, se o computador está falando para virar à esquerda, você pode virar à direita se quiser. Não ficou claro como isso será adaptado aos modos de jogo de Grid 2, mas definitivamente é uma novidade muito legal de ser explorada.

O que vimos em Grid 2 foi rápido, mas valeu a pena. Deu para sentir imediatamente o conceito de equilíbrio entre simulação e arcade do jogo, e principalmente a filosofia da Codemasters de unir o real com o divertido. Se o resto do jogo honrar esse breve teste, não teremos muito do que reclamar.