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Far Cry 3: Blood Dragon é um soco no estômago da realidade



Apesar de não ser muito mais do que um mod de Far Cry 3, Blood Dragon faz um contraponto bem curioso com o shooter de mundo aberto da Ubisoft. O que é mais real: aquilo "cara" de real ou o que se assume como completamente ridículo?

Longe das ilhas paradisíacas, aqui as coisas são bem diferentes. Você está em um universo paralelo, onde a Guerra Fria chegou às vias de fato, ao ponto de os EUA bombardearem o Canadá com mísseis nucleares. Pior ainda: alguém nesse universo decidiu que luzes ofuscantes de neon e um visual retro-futurista seria uma excelente ideia para decorar toda uma organização militar. E no meio disso temos o Sargento Rex "Power" Colt, o que poderia ser muito bem o nome de um amigo do Max Steel.

Enquanto Jason Brody se apresentava como um protagonista insosso, gente-como-a-gente, o Sargento de Blood Dragon tem uma das personalidades mais inverossímeis que os games de ação já viram ultimamente – no melhor dos sentidos.

Existe um certo senso de realismo embutido no primeiro Far Cry 3. Os personagens são jovens rasos, presos em uma ilha que traz vários problemas para a vida pacata de todos eles, quase que como uma metáfora para a adolescência. Você pode facilmente se identificar com Jason ou qualquer um dos seus amigos.




Já Rex não vê problema nenhum em mandar os outros à merda ou mostrar o dedo-do-meio (sério, tem um botão para isso). Ele faz piadas de humor negro completamente inapropriadas e imaturas, e ainda consegue ser um patriota irremediável. É bem difícil se identificar com um pessoa desse naipe, a menos que você seja o Duke Nukem. Um exagero, que, junto com o próprio ridículo do universo de Blood Dragon, ajuda bastante a construir essa dissociação com o mundo real.

Em primeiro lugar, esse exagero todo serve principalmente para divertir. É bem difícil não rir com os clichês ritmados do roteiro e com o diálogo acéfalo do jogo, especialmente se o seu cérebro foi ricamente nutrido com filmes de ação cafonas dos anos 80. Para quem sobreviveu à Hollywood da Era Reagan (que, aqui no Brasil, se traduz nos clássicos da Sessão da Tarde ou da Tela Quente), Blood Dragon é um prato cheio.

A base são películas como O Predador e Exterminador do Futuro, com seus heróis arrogantes, politicamente incorretos, ridiculamente imbatíveis e desconectados com a sua realidade, como Rambo e John McLane. Todo um estilo de cinema baseado na superação do indivíduo, não importando muito os meios para salvar o mundo no final.

O uso dessas referências de forma irônica é tão direto que Blood Dragon até tem uma daquelas cenas de montagem típicas de Rocky ou Karate Kid, onde o personagem aparece treinando em uma sequência de tomadas curtas e repetidas. Tudo isso acompanhado por músicas carregadas de sintetizadores dramáticos e solos de guitarra feitos em teclados Casio – uma trilha sonora magistralmente composta pelo artista retrô PowerGlove.

No segundo plano, esse efeito humorístico é o gancho necessário para fazer um comentário, simultaneamente feroz e sutil, sobre todo o gênero do qual Blood Dragon faz parte.

O jogo vai no sentido exatamente oposto de uma tendência, já gasta, entre os games de ação. Existe uma paranoia com a criação universos ultra-realistas, habitados por personagens cheios de dramas pessoais que se espalham pelo resto da trama. É normal ver esses esforços indo por água abaixo, em meio a tantos malabarismos conceituais para fazer os jogos se aproximarem com a nossa realidade, e Blood Dragon bate de frente com isso.

Não se acanhe se você já tiver ouvido (ou mesmo pensado) nesse conceito alguma vez: "Dá pra destruir as janelas e paredes! É tudo tão real!" E daí? A necessidade de uma estética ultra-realista em jogos de ação deve estar diretamente associada à diversão da experiência que ele passa? Muitos jogadores naturalmente dizem não a essa pergunta, mas não é o mesmo pensamento que se vê nas contracapas de tantos games de ação por aí. Para o mercado, dizer que a física ou as armas são reais é mais importante do que fazer um jogo bom.


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Isso não significa que o realismo em si seja uma estética falida. L.A. Noire soube muito bem construir toda a sua mecânica baseada nas expressões faciais extremamente detalhadas dos seus personagens. A questão é se essa escolha estética casa ou não com toda a proposta do resto do jogo.

Por um outro lado, é questionável a necessidade de incluir elementos reais em jogos como Battlefield, Rainbow Six e até mesmo Far Cry 3. As armas reais montadas pela Bushmaster ou pela Heckler & Koch têm alguma relevância em uma ilha do Caribe cheia de misticismo e piratas psicopatas? É realmente relevante usar exércitos de verdade para representar conflitos imaginários em Call of Duty ou Medal of Honor? Às vezes parece que está cada vez mais difícil de imaginar situações e objetos completamente inverídicos para construir os mundos fictícios dos nossos games de ação.

Blood Dragon é um soco no estômago para combater esse vício de "realismo" que tomou de assalto grande parte do gênero. É um destilado da experiência pura desses games onde só o que sobra são as armas, as explosões e os berros de soldados inimigos caindo na sua frente. E tudo isso embebido em uma grossa camada de fantasia juvenil – e leve ficção-científica – que não tenta em nenhum momento se desculpar pelos seus métodos exagerados.

Depois de muitos anos preso na realidade, é um alívio ver um jogo preocupado em fazer você pirar e apenas ser feliz. Não existe um certo ou errado em Blood Dragon e, por extensão, o game inteiro é um grande dedo-do-meio na cara de quem fica palpitando sobre como as pessoas devem ou não curtir os seus games. Não venha tentar me dizer qual o jeito certo de eu me divertir.


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O tutorial de Blood Dragon já mostra bem esse desdém com a cultura de pegar o jogador pela mão: "Aperte A para mostrar que você sabe ler. Olhe para os lados para mostrar que você sabe olhar", diz o jogo. Assim ele mostra que essas formalidades tão comuns podem facilmente quebrar a experiência de verossimilhança que o outros shooters tentam alcançar. Em Blood Dragon, essa quebra de expectativa é o combustível do humor.

Outra burocracia transformada em piada são todos os objetos colecionáveis. Já parou para pensar como é bizarro, narrativamente falando, que o seu personagem pare no meio de uma sequência dramática de eventos só para passar algumas horas abrindo baús escondidos? Apesar de ter exatamente o mesmo pique de colecionáveis do Far Cry 3 original, Rex Colt quebra constantemente os protocolos de super-herói para comentar como é completamente estúpido e desnecessário ficar coletando coisas inúteis, como fitas VHS plantadas em locais estranhamente estratégicos.

Em certo momento, ele disseca todo o sistema de colecionáveis profundamente inseridos na mecânica dos jogos de ação e aventura: "Então eu tenho que encontrar essas merdas, para abrir umas merdas e então ganhar umas merdas? Saquei". E sacou mesmo.

Enquanto outra centena de games se esforça ao máximo para ser realista pelo bem da imersão, Far Cry 3: Blood Dragon transforma essa paranoia em uma grande piada travestida de shooter frenético. O que funciona perfeitamente com a proposta de folia legítima de um jogo que não pede nada, a não ser que você se divirta sem limites. E não há absolutamente nada de errado com isso.


Fonte: Brasilgamer

Comentários

02 Mai, 2013 - 10:06

Comentários

chifrudo 13 Mai, 2013 13:37 2

Ninguem ta argumentando chegado Sossap, vc que fico com os sentimentos feridos, de uma coisa é certa, que gosta de rock, n gosta de fanck, e muito menos de restart, cara é um comentario, agora não presisa chorar pk o jogo é restart não, nos intendemos que vc curti a banda colorida, igual a lidinha falo, ta na hora do far cry barbie gry ae vc vai ficar satisfeito e parar de chorar né? kkkkkkk

lidinha 04 Mai, 2013 23:26 2

Joguei o game dlc, sem logica, eu curto jogo assim alucinante, mas para serie far cry não da certo mesmo.

se essa moda pega....

ficaria mais satisfeita se criaçem uma dlc da barbie, já que querem estragar a serie kkkk...
na moral? o game é um vuuduu...

welberts 04 Mai, 2013 23:08 3

Pelomenos alguns concordam comigo, por isso disse que quem é fan vai entender, os outros que são somentes jogadores comuns não vão.

chifrudo 04 Mai, 2013 23:04 4

Perde tempo descutindo com o Ghost123, ele não é fan da serie não, e não sabe bosta nenhuma para ficar criticando o zoto ai, ele apelo porque vc welberts falo que é restart.

E sinseramente é restart, perdi tempo baixando esse jogo, um horro, ainda tenho uma filha novinha, ela falo comigo, papai vc vai jogar essa ***** de jogo restart?

falei n n, baixei por engano, achei que era uma dlc plausivel da ubisoft, mas não era não, era só mais um joguinho restart lansado msm.

concordo com welberts,curumin,iwanh e demais jogo horrivel, far cry 1 é jogado por varias pessoas ate é hj e é um fenomeno mundial, essa da i? não dou 1 ano e todo mundo não vai nem lembrar!

welberts 04 Mai, 2013 22:44 4

se é só mimimi porque ta apelando então? em nen um momento coloquei seu nome ou de algum usuario para afetar ou denegrir sua imagem ou seu sentimentos, agora se vc ta pegando as dores, só prova que estou certo, pois foi a ferida do game né?
agora se voçê acha que é ignoracia pense oque quiser, se vc curte calsa colada verde, rosinha, mundo colorido,ai é com voçê, meu tempo é do rock in roll, não de restart, e sei mudo bem oque é uma dlc, eu achei um desperdicio achei, e falo aqui quantas veses quiser, jogo ruin, horrivel sem sentido, o grafico é um lixo, velho o cara no video se curando com um maçarico, e mostrando o dedo do meio, o jogoo nao se leva a serio é só uma piada, Amigo tenha paciência esta é a minha opinião e de varios outros usuarios .... Eu partuculamente também não gostei desta versão do game, esta fungindo totalmente das outras versões e principalmente da mas recente...
Agora se lançarem um dlc da monica para far cry vc vai adorar né? seria o mesmo que lançar um dlc dos anos 80 para residet, tenha do, imagina zumbis todos coloridinho, aff, moda restart é ****, não curto.
the sims lanço um dos anos 80, ai tem fundamento, pois lançam um dlc direto, agora far cry arrebentar o contexto seguido...

sabe oque seria bom?
EH bom fazer algo diferente, mas deveriam fazer uma serie no caso Farcry Blood, ai lan;ar o 1-2-3 e deixar o FC original no jeito que ta, porque assim os fas vao ficar revoltados, assim como ficaram com o RE e o novo DMC, jogo vai ser melhor que sua franquia original. Eu que tenho meus anos e vivi essa época, dá uma sensação de nostalgia e fanfarronice típica dos anos 80.

hj as empresas só fazem dlc, por preguiça de criar uma nova seria, mais ai estragar uma outra é bacana?

O personagem jack esta ai sim, mais estou falando continuar uma serie decente, com ele, e não restart.

Parece bem divertido né?, se a proposta dos games de hoje é mostrar a vida imaginaria e deixar a realidade de fora, então vou vender meu computador e ficar vendo TV.

chifrudo 04 Mai, 2013 03:03 3

Apela não Ghost123, ta parecendo que tomou uma cutucada de chifre grande, soh porque o cara chamo de restart? uiiiii eu acho que ele feriu seus sentimentos em kkkkkkk.... tadinha dela kkkkkk.....

A e sobre o jogo passando só para dar uma comentada, ta horrivel. reclamando geral, minha opinião é isso ai, ate+ galera da tribo.

welberts 04 Mai, 2013 02:48 2

O curumin disse tudo ai Ghost123, liberdade de expreção, eu como fan da serie fico indignado porque criar um jogo com contexto bom é dificiu, e a seria far cry é seria, eles não poderia ter lançado uma game chamado BLOOD DRAGON somentenão? tinha que colocar o far cry? mas eu não vou descuti, poque sei que estou certo, quem é fan de verdade vai entender, só acho que como o curumin disse teve uma fauta de respeito, porque é opinião minha gostou curte ai, não gostou não curti simples assim, LÁ EM CIMA TÁ ESCRITO DE TODO TAMANHO COMENTARIOS, ou seja podemos comentar varias veses, e não mudo minha opinião por que agt tem que ser sinsero e falar oque acho do jogo, e não ficar cutucando um ao outro não em nem um momento eu disse para algum usuario da qui que não gostei do que ele disse,? NAO! por isso não mudo nem troco meu comentario é restart sim, um exemplo é duke nunken lançado especificamente para isso, arro arrebentar a serie far cry? nao msm tenho direito de expor o meu pensamento, pega assasins creed, fifa, pes, company of heroes, dentre outros e tranforma em anos 89 ou 90, pra ver come que fica, imagina o jogadores de fifa entrando com copa colorida, oculos colorido, tenho do, se isso não é restart oque?

curumin 04 Mai, 2013 02:28 4

Concordo com o welberts, jogo escroto, sem fundamento nem , estilo restart, odeio esse estilo, e é a opinião dele, igual a minha, acheo o jogo horrivel, para mim, foi uma desolação completa, anos 80 em 2007, luses espalhadas pra tudo que é lugar, matar tartarugas, tenho que concordar com ele é estilo restart, já zerei a seria far cry varias veses, e esse é simplesmento um consumulo de sacanagem, um game que tem uma trilogia e faz uma sacanagem dessa? po, é restart msm, como o proprio iwanh disse é opinião e podemos expresar quantas veses quisermos, pois estamos no brasil um pais livre para se expresar. acho que fauta respeito, se ele expresso assim problema dele, ele posta quantas veses quiser, vivemos em um pais democrata, viva a liberdade.

iwanh 04 Mai, 2013 00:39 5

jogo nao presta e pronto
e so gosto de cada um eu nao gostei...

curumin 03 Mai, 2013 22:24 3

Seria o mesmo que pegar assassin's creed, e criaçem um dlc assim todo avacalhado, ou seja se fisese isso com assassin's creed, é o mesmo que matasem a serie fenomenal que eles fizeram, sem noção msm......

curumin 03 Mai, 2013 21:51 4

Negocil é rock in roll, não gostei desse dlc, pra mim uma ofença aos anos 90 e ate msm ao jogo, e olha q sou dessa epoca.

ManoSapuka 03 Mai, 2013 21:33 4

sou da geração do pac man tb mas não gostei nem um pouco desse jogo