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Brasileiro 'North Wind' é criativo quebra-cabeça de cenários

Jogador precisa combinar partes da tela do jogo para avançar na aventura.

Título foi lançado para iPad em março por US$ 1.



Publicitário por formação, o paulista Henry Gosuen percebeu um dia que, como tantas outras pessoas, estava na profissão errada. Apaixonado por games, estudou por conta própria o ofício e no último ano se dedicou sozinho – programação, arte e trilha sonora – à produção de "North Wind: Trilo da Consciência", lançado em março para iPad (clique aqui).

O resultado é um jogo que alia uma mecânica criativa de reorganização de cenários com uma particular sensação de estranheza. Assista ao vídeo acima.

"North Wind" mistura elementos de plataforma e RPG, mas com a adição de um recurso que se assemelha a um quebra-cabeça de cenários. Ao invés de avançar lateralmente por fases, digamos, "prontas", você precisa combinar partes de oito mundos diferentes na mesma tela para criar um caminho pelo mapa.

O game divide a tela do iPad horizontalmente em três. Com uma "arrastada" em uma dessas áreas, a floresta que levava a uma sala sem saída é substituída por um mundo de gelo com um botão para apertar, por exemplo.

Essa mecânica dispensa a linearidade excessiva de muitos games 2D e dá uma sensação de liberdade revigorante ao jogador, permitindo que ele descubra sozinho o trajeto certo para continuar a aventura.

É claro que, no fim das contas, nem todos os caminhos levam a algum lugar e existe uma ordem correta para completar o jogo. Mas isso só é constatado após rearranjar e percorrer os vários cenários em uma busca constante pela luz no fim do túnel, fato que se encaixa bem à narrativa fragmentada e surreal do jogo. É um princípio simples, mas que traz sofisticação.

Surreal, aliás, é o nome do meio de "North Wind". Tudo no jogo tem uma nuance de bizarro. Das texturas que parecem ter sido emprestadas de um "Alex Kidd" obscuro ao fato de o protagonista, em alguns momentos, se assemelhar a um homem nu de salto alto, o game é uma verborragia de estranhezas que, em conjunto, tornam a experiência instigante e ainda mais única.

Pegue o enredo, por exemplo. Você assume o papel de Dir, um guerreiro em busca de sua mentora, a amazona Makayla. Logo no início do jogo, no entanto, ela é destruída por uma mandrágora e sua comparsa, mas Dir não se recorda disso. Óbvio, pois ele perdeu a memória durante o combate enquanto virava um homem-raposa.

O jogo tem seus problemas técnicos. A movimentação de pulo de Dir não é o que podemos chamar de "precisa" e o uso de "encostadas", e não golpes de verdade, para derrotar os adversários pode soar aleatório ou improvisado demais.

Mas isso não atrapalha a excitante sensação de ponto de interrogação causada por "North Wind", que tem também uma trilha sonora "chiptune" sombria e empolgante. Com pouca lógica e explicações, o game se torna uma experiência bem particular e diferente do que geralmente vemos em jogos de smartphones e tablets. Por que não temos mais coisas assim?

Fonte: G1/Globo

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14 Abr, 2014 - 14:54

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