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Hearthstone não poderia ser diferente: competente e viciante

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Seja com a busca incessante por itens em Diablo, com o multiplayer competente de Starcraft ou com o fenômeno blockbuster de World of Warcraft, a Blizzard Entertainment tem se mostrado, ao longo dos últimos anos, uma especialista em criar jogos viciantes e, o mais importante, fazê-los continuarem relevantes mesmo anos depois de lançados. Desta forma, Hearthstone: Heroes of Warcraft já é em seu âmago uma boa ideia: uma das produtoras que mais sabe explorar seus produtos trabalhando num jogo de cartas, um gênero que em si é sobre competição, colecionismo e estratégia.

E sim, Hearthstone consegue ser efetivo em todos esses aspectos. Melhor: ele talvez seja o card game digital mais acessível – inclusive sendo free-to-play – e com uma comunidade em crescimento exponencial. É claro que existem alguns problemas, principalmente se você jogá-lo por um período considerável, mas são coisas facilmente contornáveis no futuro do game.

Bases fortes fazem um bom card game

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Mas, antes de tudo, precisamos sabe como o jogo funciona. Visando partidas rápidas, cada jogador possui um deck de 30 cartas, 20 pontos de vida e dez cristais de mana, inicialmente vazios. A cada rodada é adicionado um cristal de mana que poderá ser usado para evocar uma criatura, um feitiço, uma arma ou então trazer à tona seu Poder Heróico.

Os heróis, aliás, são uma particularidade bem interessante do jogo. Dividindo-se nas classes de Paladino, Ladino, Bruxo, Xamã, Sacerdote, Guerreiro, Druida, Caçador e Mago, e representados por personagens do universo de Warcraft, cada um deles possui um Poder Heróico – habilidade que sempre custa 2 cristais de mana e pode ser usada uma vez a cada turno – e algumas cartas exclusivas.

As criaturas, assim como em Magic: The Gathering, não podem atacar no turno que são invocadas e podem ter habilidades especiais, como "investida" – que permite ao lacaio atacar logo quando jogado em campo – e "provocar" – que funciona como um escudo, já que o jogador adversário terá de destruí-la antes de prosseguir com outros ataques.

Basicamente – BEM basicamente – é isso. A partir daí cabe a cada jogador fazer o melhor uso das cartas em combinação com seu herói. Como exemplos recorrentes, pode-se citar o incansável Warlock Rush, estratégia de Bruxo que usa cartas de custo baixo e visa acabar com a partida rapidamente, e os combos chatos de Ladino.

Duelar não é tudo

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Há poucas opções no menu principal de Hearthstone, mas todas essenciais. As 3 em destaque envolvem os duelos. Você pode jogar contra outros jogados casualmente ou em ranking, ambos com um matchmaking bem honesto, treinar contra o computador – opção que usei muito pouco, mas foi importante no começo da jornada – e entrar na Arena.

Arena esta que merece um parágrafo a parte. Ao completar os objetivos diários do jogo e ao ganhar 3 partidas, o jogador é recompensado com moedas que podem ser usadas para comprar pacotes de 5 cartas e entrar na Arena – custando 100 e 150 moedas, respectivamente. Se o jogador optar pelo modo menos imediatista, ele deverá montar um deck escolhendo uma dentre três cartas mostradas até completá-lo e a partir daí começar uma série de partidas com o número máximo de 12 vitórias e 3 derrotas. A receita é simples: quanto mais vitorioso você consegue ser, melhores serão seus prêmios. Ah, os pacotes e o ticket da Arena podem ser comprados com dinheiro real.

Os outros itens do menu são a Loja, o Registro de Missões, um botão para abrir pacotes – que acredite, é uma das coisas mais prazerosas do jogo – e a sua coleção, um local no qual você passará um bom tempo. É por lá que os decks são montados e as cartas podem ser criadas com o chamado Pó Arcano. Desfazer uma carta dá muito menos pó do que se gasta pra fazê-la e quanto mais rara ela for mais pó estará envolvido no processo.

Um futuro promissor

Recentemente Hearthstone saiu da fase de Beta e foi lançado oficialmente, sem grandes mudanças no meta de um para o outro. Algumas cartas modificadas, como acontece quase toda semana. Mas os pequenos bugs e glitches aparentemente foram consertados. Tome como um exemplo – extremo – esse jogo que chegou ao surrealismo um dia antes de acabar a fase de testes. Normalmente os problemas são mais amenos que isso, mas foi importante a correção deles para o game tomar um aspecto de experiência de fato completa.

ImagemLiteralmente um jogo surreal.


Hearthstone se beneficia muito de sua exclusividade no meio digital: a interface simples, mas bonita, com pequenas animações e sons nas cartas, efeitos e heróis, sempre bem encaixados; a boa organização das informações durante uma partida; algumas cartas de efeito aleatório, inconcebíveis em um card game físico.

Tais elementos tornam os jogos rápidos, dinâmicos e não menos complexos. Você sabe que um card game é bom quando um inimigo consegue te derrotar com 1 de vida ou "aquela" carta aparece na mão para mudar tudo. Essas situações são típicas de um jogo bem pensado, no qual a derrota na maioria das vezes não é frustrante, porém uma sensação de "PQP! Esse cara foi inteligente!".

Entretanto, há coisas que não permitem que Hearthstone esteja no nível de um Magic e, principalmente, os jogadores desses outros games se sintam compelidos a jogá-lo. O meta já está em um estágio bem definido e é fácil de prever o que encontrará ao enfrentar uma classe. As cartas são relativamente poucas, assim como os heróis que não dependem das cartas lendárias – elas são feladaputamente melhores do que qualquer outra – para conseguir subir no rank.

Essa previsibilidade, que aparece depois de um bom tempo de jogo, é o maior problema de Hearthstone, podendo ser facilmente contornada no futuro com o lançamento de novas cartas e heróis. Não vejo a hora de chegar o dia em que será lançada a próxima fase do game, contendo achievements, pelo menos um novo herói e uma expansão de 200 cartas novas! Se o meta de agora cria desde jogadores profissionais até novatos nesse vício (como eu), o potencial do cenário ser tão bom quanto o de Magic é grande.

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Inicialmente disponível apenas para PC e Mac, a versão para iPad acaba de ser lançada, o que poderá cair como uma luva na proposta de partidas rápidas. Assim como manda a tradição da Blizzard, Hearthstone: Heroes of Warcraft é cuidadosamente construído pra prender o jogador no começo e motivá-lo a sempre continuar voltando. O mais difícil já foi feito: criar uma base sólida para um card game. O desafio agora é trazer novidades, coisa que a empresa nunca deixou de fazer. Hearthstone é mais um vício de qualidade. Para jogar, clique aqui e divirta-se.

Fonte: Judao

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23 Abr, 2014 - 10:15

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