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Conheça a história do homem que se injetava veneno de cobra diariamente

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Bill Haast, também conhecido como Homem-Cobra, dizia que, se vivesse até os 100 anos, provaria que estava certo e que o veneno fazia bem à saúde. Veja o que aconteceu

Qual seria a sua reação diante de uma cobra? Teria medo? Sairia correndo? Começaria a gritar? É bem provável que, independente da forma escolhida, você teria medo e não gostaria nada da situação. É por isso que o comportamento de um cara chamado Bill Haast vai deixar você intrigado.

Ao contrário de praticamente todas as pessoas do mundo, Haast não tinha uma reação de medo quando diante de uma cobra – pelo contrário: ele sempre amou esse animal! Só para você ter ideia, aos sete anos de idade Haast já era um caçador de cobras e, inclusive, foi picado duas vezes antes dos 13 anos.

Durante os anos de 1920, Haast decidiu largar o ensino médio e dar início a um trabalho relacionado a cobras: ele viajava com os animais e se apresentava em diversos espetáculos. Depois de algum tempo, acabou decidindo morar na Flórida, onde passou a trabalhar para um contrabandista, passando seu tempo livre fazendo escaladas e caminhadas à procura de répteis diversos.

Fascínio e estudo



Quando seu chefe foi preso, Haast passou a trabalhar como mecânico e, por causa de seu trabalho, acabou viajando para diversos lugares do mundo. Logicamente, sempre que podia ele caçava alguma cobra diferente. Mas, ainda que parecesse apenas um caçador desses animais, Hasst queria muito mais do que isso.

Sua vontade era a de estudá-los e descobrir tudo a respeito deles. Em 1947 Haast abriu um serpentário, uma espécie de fazenda de cobras nas proximidades de Miami. A propriedade por si só já era curiosa: havia uma estátua de uma cobra, medindo mais de 10 metros de altura. O lugar atraía muitos visitantes corajosos, que iam até lá também para conhecer o dono do local, popularmente chamado de Homem-Cobra.

As performances de Haast incluíam algumas manobras arriscadas, como quando ele enfrentava cobras extremamente venenosas e extraía o veneno delas para produzir o que ele chamava de antiveneno. Depois, ele vendeu as toxinas a companhias farmacêuticas e até os anos de 1990 produzia 36 mil amostras de veneno por ano, salvando muitas vidas.

Testes



Quando não estava extraindo veneno de cobra, Haast fazia alguns experimentos bem malucos. Em primeiro lugar, ele acreditava que o veneno de cobra poderia fazer bem; em segundo, ele tratou pelo menos 6 mil pessoas com um remédio caseiro feito à base de veneno. Seus princípios poderiam parecer malucos demais, mas ele contava com a ajuda de um médico e, assim, pacientes com problemas como artrite, mal de Parkinson e esclerose múltipla eram tratados com os venenos.

Depois de divulgar suas pesquisas e tratamentos, em 1951 Haast foi proibido de utilizar veneno de cobra em qualquer paciente. Foi então que ele decidiu testar seus medicamentos nele mesmo, e por mais de 60 anos Haast injetava diferentes tipos de venenos em seu próprio corpo.

De acordo com ele, as injeções o deixaram mais saudável e as toxinas melhoraram muito seu sistema imunológico – inclusive sua vida parece ter sido salva várias vezes graças ao tratamento maluco. Durante sua vida como Homem-Cobra, Haast foi picado mais de 170 vezes por cobras consideradas supervenenosas e mortais.

Ossos do ofício



Como esse não era o trabalho mais seguro de todos, Haast passou por alguns momentos complicados, como quando sua esposa precisou "amputar" um pedaço de um dos dedos dele. Mas ele também contou com a ajuda secreta da Casa Branca, que foi buscar um antiveneno do Irã para salvar a vida do Homem-Cobra quando ele foi picado por uma cobra sobre a qual não tinha resistência ainda.

O sangue de Haast era tão cheio de anticorpos que ele já chegou a viajar para doar sangue, como quando foi até a Guatemala e salvou a vida de algumas pessoas picadas por cobras. Só para você ter ideia, o sangue "à prova de veneno" de Haast salvou a vida de pelo menos 21 pessoas.

A prova



A história do Homem-Cobra não teve um final muito feliz. Depois que um jovem visitante morreu em seu serpentário após ser atacado por um crocodilo, Haast fechou o local e foi passar um tempo em Utah antes de se mudar para Punta Gorda, onde reabriu uma fazenda de cobras. O Homem-Cobra continuou realizando seus trabalhos até seus 92 anos, quando perdeu mais um dedo.

Apesar de tudo, ele continuou tomando injeções com veneno de cobra todos os dias. Ele costumava dizer que poderia ser um garoto-propaganda a respeito dos benefícios do veneno e que, se completasse um centenário de vida, provaria que estava certo. O Homem-Cobra morreu no dia 15 de junho de 2011 quando tinha exatamente 100 anos.