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[COLUNA] FIFA 15: ame-o ou deixe-o

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Ao iniciar este review, eu imaginei o que poderia ilustrar melhor aos meus leitores um título que ao longo dos últimos anos derrubou a concorrência.

Dizem que em time que está ganhando, não se mexe, mas a EA continua achando motivos para lançar um jogo por ano, pelo preço de um novo. Justo? A resposta é relativa e vai de jogador a jogador.

A resposta não será dada aqui, mas escreverei sobre alguns fatores presentes no game para que você possa criar fundamento para responder minha pergunta. Por isso, antes de ler o review, é preciso imaginar o seguinte: esqueça as comparações com o título anterior.

Ao ligar o game, a primeira experiência de usabilidade foi agradável. Os menus interativos possuem um fácil entendimento e em pouco tempo, o jogador estará ambientado.

Fui para a aba de Seasons e peguei o Ajax, meu time de coração. Para minha surpresa, "Zero jogadores online" era marcado na entrada do menu. Surpreso? Com certeza. Tudo bem que eu imagino a vida de um jogo de esporte no PC menos intensa do que em um console, mas não encontrar um jogador era motivo de curiosidade. Tentei uma, duas, três vezes e nada de encontrar o adversário. Lá vamos nós pesquisar no Google.

Depois de algum tempo, li que diversos jogadores estavam com o mesmo problema. Várias respostas eram dadas, hipóteses plausíveis e que teriam de entrar em operação. Uma pena que em nenhum momento li um parecer oficial sobre o assunto. Resolvi liberar algumas portas do roteador e nada. Foi então que descobri o problema. Nas opções online presentes dentro do game, resolvi deixar marcada a possibilidade de encontrar jogadores mais distantes e foi aí que me dei bem. O jogo começou a achar adversários online.

A primeira partida foi impraticável. Um delay enorme nos comandos e eu só imaginava a a distância do meu adversário no planeta. Ele deveria estar onde Judas perdeu as botas. Daí pra frente, apenas um atraso nos comandos natural das partidas online, sem lag algum.



Desde então comecei a analisar a jogabilidade do game. Alguns fatores me chamaram a atenção logo de cara. O primeiro deles foi a ação dos goleiros frente aos chutes. Sim, agora eles espalmavam, reagiam de uma forma mais natural. Ficou muito legal isso, mas apenas uma ressalva. EA, goleiro não espalma com o corpo pra frente e sim para o lado. Poucos goleiros fazem isso, geralmente para diminuir o ângulo, mas parece que a maioria dos goleiros usa esta tática no game.

Foi no chute que eu também percebi uma nova mudança. Os disparos a gol estavam mais reais. Não adianta pegar a bola e mirar no ângulo para correr para o abraço. Aparentemente, cada jogador possui uma calibragem diferente, o que faz com que o desafio seja muito maior na hora de marcar o gol. Isto também fica marcado nos chutes de primeira, que estão muito mais difíceis de serem executados com êxito.

Chegamos aos passes e aí a primeira frustração. Peguei um adversário que ficava tocando de primeira todo instante, algo bem chato mesmo. Só que todos nós sabemos que isto é praticamente impossível de acontecer. Se você quiser pode trocar 10, 15 passes consecutivos de primeira, sem problema. Além de o jogo permitir, você ficará bem irritado, principalmente se o seu objetivo for se divertir no game. Creio que nem o tiki-taka espanhol chegou a esta perfeição.

Um erro leva a outro e foi neste momento, de passes incessantes que descobri um outro probleminha no jogo, mas de fácil solução. Na assistência de gameplay, está selecionado para que a inteligência artificial mude automaticamente o controle dos seus jogadores sem a bola. Deixe esta opção no manual, ou você terá sérios problemas para se defender na partida. Basta ir a opções para encontrá-la.

Na jogabilidade ainda é possível sentir a falta de fluidez de alguns jogadores, geralmente os que possuem overall baixo, o que torna o jogo muito travado.



Os gráficos são um caso à parte. Estão muito bonitos e retratam fielmente os jogadores, como no caso acima, do goleiro De Gea. Senti um pouco de discrepância na altura e físico de alguns jogadores , como Shöne, Origi, Wass, porém, será que alguém realmente se importa com estes jogadores mais alternativos? Bom, eu me importo.

A reação dos jogadores também chama a atenção. Ela é quase que única, tornando o jogo surpreendente neste aspecto. A EA nos disse que são mais de 600 reações emocionais para o corpo e o rostro dos atletas. Se quiser contar, fica à vontade.

A torcida está mais vibrante e participa do jogo, imaginando até que estão acompanhando de verdade um jogo.

Outra questão intrigante diz respeito às táticas de jogo. É possível personalizar seis formações diferentes para seus times, mas existe um porém. Só será possível utilizá-las no Modo Carreira, em amistosos online e campeonatos offline. Aliás, tem algo que me intriga profundamente. Por que todas as variações táticas possíveis não são possíveis em todos os modos de jogo? Nada irrita mais do que você jogar o modo Ultimate Team e não ter controle total sobre teorias de jogo, táticas, posicionamento entre outros.

FATOS CURIOSOS

Imagine o cenário. Você marca o gol e o time adversário vai dar a saída de bola. Ele pega o jogador e, em vez de voltar a bola para o meio de campo decide ir sozinho para o ataque, driblando todos os adversários. Pode ter certeza que vai dar trabalho para defender, principalmente se você não estiver vacinado com o tipo de jogada. A possibilidade de você ter o defensor no mano a mano com o atacante do outro time é enorme e, se você não souber defender, a probabilidade de sair um gol é maior do que você imagina.

Imagine o outro cenário. Quando uma bola tende a subir, geralmente depois aquele bicão do goleiro ou do zagueiro afastando o perigo, cuidado para não ficar tonto. A câmera dá uma bela desnorteada e depois volta ao normal. Pode passar imperceptível para muitos jogadores, mas me incomodou. Espero que seja resolvido o mais rápido possível.



O modo carreira está bem legal, pois agora os veteranos não se aposentam tão rápido e os jogadores mais promissores evoluem de forma veloz. Os olheiros agora fornecem opções mais minuciosas e te ajudam a definir o time ideal, sem contar as análises pós jogo, que estão mais complexas.

Pra fechar, não podemos esquecer da falta dos times brasileiros. Lógico que com a infinidade de equipes, torna-se secundário, mas que faz falta, ah, se faz.

FIFA 15 oem tudo para vender horrores no Brasil, não duvide disso. É um jogo muito bonito, com diversas opções e modos de jogo. Você sabe que uma partida online sempre faz bem quando você tem pouco tempo para ligar o console. Há pontos positivos e negativos. Cabe a você, leitor, decidir se vai querer passar raiva com algumas coisas ou se vai relevar para se divertir.

No fim das contas, FIFA 15 pode ser definido com o famoso slogan ufanista da do Regime Militar brasileiro, da década de 1960: "Ame-o, ou deixe-o!"