Driver 2 foi um jogo bastante ambicioso para o primeiro PlayStation
No começo do próximo mês, dia 4 para ser mais exato, a Playstation e seus milhões de fãs ao redor do mundo irão comemorar vinte anos desde o lançamento do primeiro console… e quantos foram os clássicos lançados para aquela geração: Vigilante 8, GTA, Tony Hawk’s, Silent Hill, Crash Bandicoot, Metal Gear Solid, Final Fantasy VII…
Porém, embora tenha passado grandes períodos de tempo jogando os games acima, e muitos outros, nada para mim supera e traz mais boas lembranças do primeiro PlayStation do que as várias – e várias – horas passadas na frente da TV de tubo fugindo da polícia em Driver 2: The Wheelman is Back, ou simplesmente Driver 2 para os mais chegados.
Lançado em novembro de 2000, o jogo misturava os gêneros de corrida e ação e era uma versão melhorada e estendida do primeiro game da franquia lançado um ano antes pela antiga distribuidora francesa Infogrames e pela Reflections Interactive (atualmente Ubisoft Reflections).
Driver 2 possibilitava ao jogador a experiência de um mundo (quase) aberto, onde ele poderia fazer qualquer coisa, desde que ele quisesse roubar alguns carros e fugir loucamente da polícia.
Claro que não era só isso. Fora o modo Take-a-Ride, onde a galera costumava passar a maior parte do seu tempo no jogo, os usuários tinham que completar 37 missões (modo Undercover), que variavam entre seguir alguns carros sem ser visto (meio chatinhas, é verdade), perseguir trens e fugir para não ser apanhado pela polícia ou por outros bandidos (estas sim eram alucinantes). Se a pessoa jogasse num ritmo normal, daria para zerar o jogo em 5 horinhas ou menos. Além disso, Driver 2 ainda dava outras duas opções para os jogadores, o modo Driving Games, onde o objetivo era cumprir uma série de tarefas de dentro do veículo, e também o multiplayer, que permitia que você e seu amiguinho acertasse as contas em corridas ou então num "deathmatch" até o outro explodir.
Mesmo com uma premissa simples, dava-se para passar horas, horas e horas roubando os veículos e tentando dar um perdido na polícia com o nosso querido John Tanner, protagonista dos dois primeiros jogos da série que, nesta segunda aventura, vive um antigo piloto que passa a trabalhar como agente infiltrado da polícia ao lado de Tobias Jones a fim de capturar o mafioso Pinky Lenny, mafioso que pode ser a peça chave para evitar uma guerra entre a máfia de Chicago e os traficantes brasileiros liderados por Alvaro Vasquez.
Já que falamos em Tanner, uma das grandes frustrações de quem já jogou Driver 2 é o fato do personagem nunca ter a oportunidade de sair do carro e poder dar uns tiros, mesmo que ele sempre andasse com uma enquanto estava de rolê a pé pela cidade (lembram da sombra de Tanner projetada no chão?). O jogo também não era muito tolerante com mortes, sendo que não era permitido nem atropelar os pedestres, que milagrosamente criavam poderes mutantes e conseguiam atravessar estruturas sólidas numa velocidade realmente impressionante – um jeito até engraçado de fugir de todas as polêmicas que GTA enfrentava na época.
Com o feedback dos jogadores, ambos elementos foram inseridos pelo estúdio naquele desastre que foi Driv3r. Mas não vamos falar nele, vamos voltar a falar de coisa boa.
Convenhamos que o Driver 2 não tinha uma gama muito grande de veículos como o seu principal concorrente do gênero na época, GTA 2, mas o que tinha no jogo já dava bem para o gasto. Entre os quase 50 carros que os jogadores poderiam roubar, para mim se destacavam os inesquecíveis Mercury Monarch e Oldsmobile 442 de Chicago, o Coronet e as Kombis de Havana, as limusines de Las Vegas e o Corcel, do Rio de Janeiro, todos inseridos e projetados de acordo com as características da cidade.
Além deles, haviam também os veículos "especiais" como carros-fortes, ônibus escolares, caminhões de bombeiros, ambulâncias e até carros de polícia, que na minha impressão eram os veículos mais rápidos do jogo. Mas também pudera, era só entrar em um daqueles que a barra de procurado (ou Felony) ia para as alturas, o que proporcionava uma adrenalina única aos jogadores.
E o que falar dos carros secretos? Numa época em que a internet era um elemento escasso, era comum os jogadores irem para a casa dos amigos com um caderno para anotar todas as coordenadas de como destravar os veículos secretos de cada cidade. Eram quatro ao todo, uma para cada mapa, e para liberá-los, o jogador tinha que seguir uma série instruções. Em Chicago, por exemplo, Tanner tinha que ir até a bilheteria do estádio de beisebol para então poder abrir o portão do local, nele, num cantinho escuro, estava o veículo secreto, que não chegava a ser nada demais a não ser pelo fato de serem mais rápidos do que a média e terem uma áurea quase que "intocável" ao seu redor, sendo que eu não gostava nem de correr muito para não amassa-lo ou capota-lo pelo cenário.
Mas com os outros carros estava tudo liberado e essa, com certeza, era a parte mais divertida do jogo.
Em Driver 2, não precisava de muito para se envolver em uma boa queda de braço com a polícia. Bastava procurar uma mancha branca nos imensos mapa e sentar o dedo no acelerador para que começasse aquelas perseguições que envolviam três, quatro, cinco ou até seis viaturas atrás de você. E com a barra de procurado cada vez mais cheia, o jogador ainda tinha que desviar de barreiras policiais ou aqueles malditos tapetes de prego que furavam os pneus carro.
Mas assim como quase tudo na vida, sempre havia uma saída, seja ziguezagueando entre os postes, passando pelo meio dos carros da contramão ou então acelerando com tudo para conseguir atravessar a ponte e deixar os policiais para trás. Era comum ter que pular de um carro em chamas depois de uma longa fuga, com dezenas de viaturas na rabeira. Era também uma das coisas mais incríveis e libertadoras.
Como um leitor do Kotaku comentou recentemente, não era anormal ir para a cama com o barulho daquelas sirenes intermináveis dos carros de polícia na cabeça até o outro dia.
Outro show à parte do jogo eram seus cenários. Os gráficos até podiam não ter todos os detalhes que vemos hoje em dia, mas a representação das cidades dentro do jogo era simplesmente sensacional, tudo no limite do que o hardware poderia oferecer naquela época.
Ao dar um rolê pelas quatro cidades do jogo – Chicago, Havana, Las Vegas e Rio de Janeiro – sempre dava para encontrar alguns locais históricos sempre sendo muito bem representadas pelos desenvolvedores do jogo. Na cinzenta Chicago, por exemplo, os jogadores podiam observar e visitar alguns marcos importantes da cidade como a Water Tower, o Soldier Field (casa do Chicago Bears, time da NFL), a fonte de Buckingham, entre muitos outros. Já em Havana, capital cubana, também dava para dar uma passada na Fortaleza de San Carlos e, em Las Vegas, não poderiam faltar a famosa placa de "Bem-vindo à Fabulosa Las Vegas" e o Hotel Mirage.
Sendo a última cidade a ser desbloqueada no jogo, a cidade do Rio de Janeiro reservava sentimentos especiais aos jogadores brasileiros, que não via o país sendo representado em jogos com tanta frequência. No meu caso, quando não estava fugindo da polícia nas areias de Copacabana, sempre dava uma passada na frente do Maracanã ou então embaixo dos Arcos da Lapa. Como nunca tinha ido à cidade maravilhosa, Driver 2 era um jeito de contornar a situação.
Lógico que em quase todos os lugares citados, e outros não citados, a experiência do jogador se limitava apenas dar uma passadinha do lado ou observar de longe, mas é de se admirar a preocupação que os desenvolvedores tiveram de ilustrar da maneira mais fiel possível as cidades do game.
Com tantos bons elementos e oferecendo uma diversão quase infinita nas madrugadas a base de Coca-Cola e Trakinas, o público começou a criar uma expectativa muito grande com relação a sua sequência, que só foi lançada quatro anos depois. E assim como encontrar feijão em potes de sorvete no congelador, a experiência foi totalmente decepcionante não só com Driv3r mas com todos os outros três títulos lançados – Parallel Lines, Driver 76 e San Fracisco.
Após Driver 2, a franquia nunca conseguiu conquistar novamente o público, que viu suas expectativas acabarem sendo realizadas na série Grand Theft Auto, que se tornou exatamente o que a série Driver deveria ter se tornado. Uma pena, realmente uma pena.
*Agradecimentos ao blog Dicas Driver 2 pela maioria das imagens
Sergio-F 28 Nov, 2014 19:27 0
Driver 3, só joguei pouco, muito ruim de controlar o carro e o personagem.
Parallel Lines não foi tão ruim, mas não foi melhor que Driver 1 e 2.
Driver 76 -&rt; E tem?
San Fracisco -&rt; Não joguei muito porque não tinha PC bom para rodá-lo.
leandroguts 28 Nov, 2014 18:42 0
donohan 28 Nov, 2014 18:34 0
donohan 28 Nov, 2014 18:28 0
chucky515 28 Nov, 2014 15:08 0
7black7metal7 28 Nov, 2014 14:44 0
raFOnDs 28 Nov, 2014 13:09 0
fabiobracinho 28 Nov, 2014 11:57 -1
andrerizzo 28 Nov, 2014 11:44 0
o que se deu o nome da banda depois Linkin Park,..
por onde o cara passava p ir nos ensaios da banda!!
hehe,..
só q nessa época os caras não tinham a banda ainda,..
interessante ver isso no jogo,.. rsrsrs
andrerizzo 28 Nov, 2014 11:36 0
johnvl 28 Nov, 2014 11:24 1
Ótimo post...
Mark_junito 28 Nov, 2014 11:12 2