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Encare isto: jogar video game antigamente era muito mais difícil



Conforme os anos vão se somando (e os cabelos se subtraindo), é fácil perceber que o entretenimento eletrônico está em desenvolvimento constante, chegando mesmo a se reinventar totalmente em alguns quesitos. Entre as principais mudanças trazidas pela era da internet (e pelos avanços notáveis no controle de qualidade), certamente se encontra certa facilidade, certa filosofia "melzinho na chupeta" que acabou por facilitar um tanto as coisas para os jogadores atuais.

É claro que jogar hoje, por outro lado, também se tornou algo muito elaborado, com plataformas cujas tecnologias permitem voos cada vez mais impressionantes por parte dos desenvolvedores. E isso enquanto (ainda bem) conseguem manter vivo muito do que construiu as primeiras gerações de consoles — com remakes, resgates e remaquiagens constantes, inclusive.


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Entretanto, reitero o que disse. Jogar antigamente era uma tarefa um tanto mais pedregosa, mesmo que a diversão certamente compensasse. Dicas online? Salvamento automático a cada 20 segundos de jogo (ou mesmo qualquer salvamento)? Fases que se desenrolavam fácil e deliciosamente como um rocambole bem recheado? Nada disso. Vale até mencionar aqui alguns pontos que endossam essa ideia.

"Seu arquivo foi excluído, obrigado"

É comum encontrar atualmente discussões em fóruns acerca de problemas envolvendo as ferramentas de salvamento em determinado título. "Como assim o meu jogo não salvou automaticamente no último Checkpoint [TM]?". Bem, vale notar que há alguns bons anos a própria ideia de "salvar" um jogo não fazia nenhum sentido. A funcionalidade simplesmente não existia.

As primeiras melhorias nesse departamento vieram com as passwords. Trata-se daquelas sequências enormes de letras e números que deviam ser anotadas com bastante cuidado em um caderno — que normalmente já ficava à mão para isso mesmo.


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Outro salto tecnológico expressivo foram as baterias incluídas em certos cartuchos. Entretanto, havia alguns pontos:

  1. A jogada podia ser salva apenas em determinados momentos do jogo (jamais automaticamente);
  2. O mecanismo encarecia consideravelmente os cartuchos (e era necessário que houvesse uma bateria em cada um dos cartuchos)
  3. Mesmo em cartuchos "não alternativos", um arquivo podia simplesmente desaparecer sem deixar vestígio — ignorando o fato de que lhe faltava apenas matar o chefe final.


Reflexos de ninja

Como lembrou o pessoal do UOL Jogos, jogos difíceis antigamente não representavam a exceção, mas sim a regra. A franquia Souls lhe parece particularmente espinhosa e punitiva? Bem, então vá tentar a sorte com Battletoads, com Batman: Revenge of the Joker, com Mega Man.

É claro que isso não necessariamente era algo positivo. Na verdade, muito dessa tradição ainda vinha dos primeiros anos, quando a geração do Atari trazia a imagem de um "jogo eletrônico", tal e qual, de forma que não cabia ficar indignado por não chegar ao final de algo — o negócio era simplesmente ir um pouco mais longe do que aquele seu amigo!




Certamente havia ali também algum estratagema por parte das desenvolvedoras. Com apenas alguns Kb de memória, não era propriamente fácil desenvolver algo suficientemente durador para mantê-lo por horas em frente ao console (a fim de convencê-lo de que o gasto havia compensado).

Entretanto, é inagável: a sensação de recompensa ao fechar um dos títulos mais carrascos dos anos 80/90 era algo bastante único. Até porque, convenhamos, os seus adversários em pontuação ficavam apenas nas imediações — não havia ainda o "balde de água fria" dos rankings online... Era muito mais fácil manter a ilusão, portanto!

Controle de qualidade

"Como assim, e o meu finado Xbox 360 com aquelas malditas luzes vermelhas?!" Ok, antes de mais nada, convém reconhecer que, em termos de durabilidade e confiabilidade, mesmo as gerações atuais de consoles ainda tem muito o que se desenvolver. Entretanto, os perrengues com a questão do controle de qualidade tinham certas particularidades lá pelos idos de 1990.

No Brasil, por exemplo, era incrivelmente comum encontrar cópias fajutas dos consoles que andavam na moda. Senão, faça a pesquisa. Encontre alguém que tenha jogado NES (Nintendinho) à época e pergunte se o exemplar que possuído era mesmo o da Nintendo.


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A probabilidade maior, acredite, é que a resposta seja uma das tantas cópias realizadas em uma época em que o controle das fabricantes era um tanto mais frouxo do que hoje. Mas havia uma razão muito clara para isso: era realmente difícil conseguir os modelos propriamente ditos. E a representação oficial por aqui já não era das melhores à época.

O revés é que muitos desses aparelhos ou quebravam rapidamente ou funcionavam de forma um tanto... Diferente. Este que vos escreve, por exemplo, teve em certa ocasião um NES "alternativo" que exibia algumas cores trocadas. Sim, isso é sério. Não, não era o cartucho — eram os anos 80/90.

"Como eu passo desta fase!!!"

Encrencou em um jogo hoje? Vá para o Google e jogue no buscador. Não apenas haverá ali a solução como ainda é bem provável que alguém tenha compartilhado um vídeo mostrando exatamente como você deve proceder.


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Encrencou em um jogo em 1980/1990? Nesse caso, havia algumas opções:

  1. Continuar batendo a cabeça até atravessar, aos trancos e barrancos;
  2. Usar uma daquelas fantásticas revistas com páginas recheadas de dicas "maneiras" — torcendo para que o seu jogo estivesse listado ali;
  3. Conhecer alguém que soubesse passar (ou que tivesse a revista descrita acima);
  4. Atentar contra a integridade do console, garantindo, ligeiramente alterado, que "nunca mais" jogaria aquilo; e
  5. Sentar e chorar (a posição fetal também era uma opção).


Cada época com suas pedras

Enfim, zoeiras à parte, é claro que ainda é possível encontrar desafio nos consoles atuais, pelo menos para quem tiver interesse. Igualmente, as limitações de infraestrutura à época jamais poderia ser encarada como algo desafiador — era o que havia disponível, então, tudo bem.

Ademais, deixar de enxergar aquele seu console com trajes sadomasoquistas e chicote nas "mãos" também representou mudanças profundamente benéficas — embora, eu lhe garanto, nenhum jogador da "velha guarda" vá perder a oportunidade de cantarolar que as coisas antigamente eram mais difíceis. Isso deve fazer parte do jogo, afinal.




(Por acaso este redator se lembrou que, em algum momento dos anos 1990, um bom amigo lhe tomou emprestado uma revista Ação Games e desapareceu com ela para todo o sempre. Caso você esteja lendo este texto, rapaz, fica o pedido: devolva o diabo da minha revista do primeiro Mortal Kombat! Obrigado).

Fonte: Bj

Comentários

27 Jun, 2015 - 18:27

Comentários

The Undertaker 28 Jun, 2015 20:47 0

Edu220937 escreveu:Jogo jogos é pra me divertir e não pra passar raiva ,nível Easy wins

Concordo em partes, Devil May Cry é difícil e é divertido....

Voddyhunter 28 Jun, 2015 15:02 1

só no hard.... antigamente, e hoje ainda, a diferença e que antigamente não tinha certeza se ia zerar o jogo, hoje... tenho certeza que vou terminar... muitas vezes sem muitos esforços... vide o Tomb Raider 2013.

TiaguinhuKiller 28 Jun, 2015 14:32 1

Edu220937 escreveu:Jogo jogos é pra me divertir e não pra passar raiva ,nível Easy wins

Cara cala a boca moleque!

silviola 28 Jun, 2015 13:31 1

Edu220937 escreveu:Jogo jogos é pra me divertir e não pra passar raiva ,nível Easy wins

Há quem achei falta de desafio divertido, há quem não...
Você é que não percebeu que o ponto da discussão é exatamente este...

EDgames 28 Jun, 2015 12:17 1

Bons tempos, ainda tenho varias revistas ação games e super game power.

Edu220937 28 Jun, 2015 11:40 -7

Jogo jogos é pra me divertir e não pra passar raiva ,nível Easy wins

shyko 28 Jun, 2015 11:29 2

Os jogos são mais faceis hoje para atingir um publico maior, simples assim, hoje o investimento pra fazer um jogo é muito alto, logo é preciso que ele venda muito bem pra "se pagar" no minimo.
Hoje o publico "gamer" é maior e atinge varios tipos de publicos diferentes, inclusive um publico mais casual e que certamente "fogem" de jogos mais dificeis e as produtoras não podem dar o "luxo" de ignorar esse publico.

Fuzilgame 28 Jun, 2015 11:28 1

Hoje se vc fizer um jogo mais desafiador, a galera reclama para a própria empresa que o jogo ta difícil de passar, por isso é mais fácil fazer um jogo em Quick Time Events, que vc tem a falsa sensação que está jogando, mais vc está apenas assistindo um filme com botão de playstation.

Marlon018 28 Jun, 2015 03:35 3

Os jogos eram mais difíceis, pois eram menores. Para fazê-los durar mais, colocavam mais dificuldade. Não acho que seja justificativa pra diminuir a dificuldade hoje em dia. Os jogos poderiam ser tão longos quanto são sem deixá-los fáceis. Tem mais a ver com agradar mais pessoas, já que nem todas são chegadas em um desafio.

douglas ito 27 Jun, 2015 23:59 1

Gradius que o diga PQP do jogo difícil aquelas cabeças gigantes giratórias era o inferno rsrsrsr bons tempos .... e com relação a os joystic a durabilidade e qualidade com certeza eram melhores,s nes para min foi o melhor.

Gaúcho Transãoo 27 Jun, 2015 22:42 -1

alexbras escreveu:ate hoje me pergunto pq os jogos ficaram tao fácil...cara eu jogava enduro com controle quebrado do Atari....tipo tirava a parte de cima e ficava apertando os botoes da placa....sim dava pra apertar......hoje vc morre numa fase...pode ate ir para próxima que vc nem passou a outra....


O jogo mais quebrador de controles foi "Decathlon" da Activision de 1983, minino, para todas as provas vc precisava mover rapidamente o manche para um lado e outro para correr rápido, e como vc podia competir com até mais 3 amigos quebrava o controle toda semana no desespero de vencer, principalmente no sprint final das provas de corrida.

alexbras 27 Jun, 2015 22:25 0

ate hoje me pergunto pq os jogos ficaram tao fácil...cara eu jogava enduro com controle quebrado do Atari....tipo tirava a parte de cima e ficava apertando os botoes da placa....sim dava pra apertar......hoje vc morre numa fase...pode ate ir para próxima que vc nem passou a outra....